Resumo:Enquanto o ouro ultrapassa US$ 4.200 pela primeira vez na história e o euro volta a subir acima de 1,16, o mercado de petróleo enfrenta quedas acentuadas devido ao temor de excesso de oferta e às tensões comerciais entre EUA e China. No cenário asiático, a rupia indiana (INR) mostra força diante do dólar após possível intervenção do Banco Central da Índia (RBI).

Publicado em 15/10/2025
Os mercados globais amanhecem nesta quarta-feira em meio a um cenário de enfraquecimento do dólar americano, novos recordes em metais preciosos e ajustes técnicos importantes em pares de moeda-chave. O discurso de Jerome Powell, presidente do Federal Reserve (Fed), repercute fortemente após sinalizar que novos cortes de juros estão a caminho, reacendendo o apetite por risco e impulsionando commodities e moedas emergentes.
Enquanto o ouro ultrapassa US$ 4.200 pela primeira vez na história e o euro volta a subir acima de 1,16, o mercado de petróleo enfrenta quedas acentuadas devido ao temor de excesso de oferta e às tensões comerciais entre EUA e China. No cenário asiático, a rupia indiana (INR) mostra força diante do dólar após possível intervenção do Banco Central da Índia (RBI).
A seguir, o relatório completo com as principais cotações, projeções e análises técnicas para o dia 15 de outubro de 2025.
Euro em Alta com Dólar Enfraquecido e Expectativa de Novos Cortes pelo Fed
O EUR/USD volta a se valorizar nesta quarta-feira, operando próximo a 1,1630, após recuperar-se de uma mínima de dois meses em 1,1545. O movimento é impulsionado pela fraqueza do dólar diante da expectativa de que o Federal Reserve reduza as taxas de juros não apenas em outubro, mas também em dezembro.
Jerome Powell afirmou na véspera que os riscos para o mercado de trabalho dos EUA estão aumentando, indicando que a prioridade do Fed é sustentar o crescimento econômico e evitar uma desaceleração mais severa. O mercado agora precifica duas reduções consecutivas de 25 pontos-base até o fim do ano, ampliando a pressão sobre o dólar.
O par EUR/USD formou um padrão de reversão em duplo fundo no gráfico de 4 horas e testa atualmente a resistência da média móvel de 50 períodos (SMA50) em 1,1635. Caso rompa essa barreira, o próximo alvo técnico está em 1,1700, região que combina resistência psicológica e a SMA200.
- Suporte-chave: 1,1545
- Resistência primária: 1,1700
- Tendência: Alta de curto prazo enquanto o RSI permanecer acima de 50
Ouro e Prata Disparam com Enfraquecimento do Dólar e Busca por Ativos de Refúgio
O destaque absoluto do dia é o ouro (XAU/USD), que atingiu US$ 4.190 nas primeiras horas da sessão asiática e avançou rapidamente para US$ 4.220, marcando um novo recorde histórico. O metal precioso segue impulsionado pela expectativa de cortes de juros nos EUA, pela queda dos rendimentos dos Treasuries e pela escalada das tensões comerciais entre Washington e Pequim.
Com o Índice Dólar (DXY) caindo 0,3% e os rendimentos dos títulos de 2 anos testando novas mínimas, investidores voltaram a buscar ativos de proteção, favorecendo o ouro e a prata.
A prata (XAG/USD) também atingiu um novo topo histórico em US$ 53,62, rompendo com facilidade a barreira psicológica dos US$ 50, patamar que havia resistido desde os anos 1980.
Já os metais industriais seguem trajetória positiva:
- Platina (XPT/USD): aproxima-se do pico da semana passada, com suporte em US$ 970 e resistência em US$ 1.020.
- Paládio (XPD/USD): sobe para o maior nível em dois anos, sustentado pela demanda industrial e baixa oferta.
A combinação de pressão sobre o dólar e política monetária mais branda cria terreno fértil para que os metais preciosos mantenham o viés altista nas próximas sessões.
Projeções de curto prazo:
- Ouro: pode testar US$ 4.250 – 4.300 antes de uma correção técnica.
- Prata: tende a consolidar acima de US$ 52,00, com suporte imediato em US$ 51,20.
Petróleo Cai à Mínima de 5 Meses com Excesso de Oferta e Queda na Demanda
O mercado de petróleo (WTI e Brent) registra uma das semanas mais negativas de 2025, acumulando queda de cerca de 6%. O barril do WTI chegou a US$ 57,60, menor nível desde maio, após a Agência Internacional de Energia (IEA) projetar um superávit maior do que o esperado.
O enfraquecimento da demanda global, agravado pelas tensões entre EUA e China, adiciona pressão sobre os preços. A deflação chinesa de -0,3% no CPI anual reforça as expectativas de novos estímulos monetários por parte do Banco Popular da China (PBoC), mas também sinaliza fraqueza no consumo interno.
Além disso, o acordo de paz entre Israel e Hamas reduziu o prêmio de risco no Oriente Médio, diminuindo a preocupação com a oferta.
Análise técnica:
- O petróleo segue em canal descendente desde junho.
- O rompimento do suporte em US$ 60,00 confirmou nova fase de baixa.
- O RSI abaixo de 50 mantém o domínio dos vendedores.
Suportes: 57.60 / 55.35
Resistências: 60.00 / 62.90
Viés: Baixista de curto prazo; somente acima de US$ 60 o preço recuperaria fôlego.
Dólar em Queda Generalizada e Tensão EUA-China Pesam Sobre o Sentimento
O dólar americano segue enfraquecido frente à maioria de seus pares. O Índice Dólar (DXY) recua para 98,76, com destaque para as perdas frente ao iene japonês (USD/JPY), que caiu para 151,00, e ao euro (EUR/USD), cotado em 1,1650.
A tensão entre EUA e China voltou a escalar após declarações do presidente Donald Trump, que ameaçou encerrar parte das relações comerciais, incluindo o setor de óleo vegetal. Em resposta, Pequim anunciou novas tarifas sobre o transporte marítimo, o que deteriorou ainda mais o sentimento global de risco.
Na variação semanal, o dólar foi a moeda mais fraca frente ao iene (-0,50%) e ao euro (-0,17%), enquanto mostrou leve ganho frente ao franco suíço (+0,23%).
Resumo das variações semanais do dólar:
- EUR/USD: +0,17%
- USD/JPY: -0,50%
- GBP/USD: +0,03%
- USD/CAD: -0,33%
- AUD/USD: +0,12%
- NZD/USD: -0,32%
Esse comportamento reforça a expectativa de que o ciclo de afrouxamento monetário nos EUA continuará pressionando o dólar ao longo do quarto trimestre.
Rupia Indiana em Alta Após Possível Intervenção do Banco Central
O USD/INR caiu para 88,10, mínima de três semanas, após relatos de que o Banco Central da Índia (RBI) teria intervindo no mercado para conter a valorização excessiva do dólar.
O movimento ocorre em meio a fortes saídas de capitais estrangeiros — mais de ₹1,29 trilhões vendidos apenas no terceiro trimestre. Mesmo assim, o Fundo Monetário Internacional (FMI) elevou a projeção de crescimento da Índia para 6,6%, reforçando a confiança na economia local.
No front técnico, o RSI de 14 dias caiu abaixo de 50, sinalizando mudança de momentum para o lado vendedor.
- Suporte: 87,70 (mínima de 17 de setembro)
- Resistência: 89,12 (máxima histórica)
- Tendência: Leve baixa de curto prazo
A possível intervenção do RBI e as melhoras macroeconômicas sustentam o otimismo em torno da rupia, mesmo diante das tensões comerciais entre Índia e EUA, ligadas à importação de petróleo russo e aos subsídios para veículos elétricos.
Desempenho das Principais Moedas no Dia
Os investidores mostram maior apetite por risco após as declarações do Fed, o que favorece moedas ligadas a commodities, como AUD e CAD, e penaliza o dólar, especialmente frente a JPY e INR.
Panorama Geral: Tendências e Expectativas para os Próximos Dias
Cenário Monetário Global:
A confirmação de novos cortes de juros pelo Fed mantém o ambiente de liquidez elevada e pressão sobre o dólar. O mercado precifica dois cortes até o final de 2025, o que deve continuar sustentando metais preciosos e moedas emergentes.
Tensões Comerciais EUA-China:
Os desdobramentos diplomáticos continuam sendo fator-chave. A ameaça de Trump de interromper parte das relações comerciais adiciona volatilidade a pares como USD/CNH e AUD/USD, que permanecem sensíveis ao fluxo de notícias.
Metais Preciosos em Alta:
Com ouro e prata atingindo níveis recordes, o setor de commodities tende a atrair fluxos defensivos. A relação inversa entre ouro e dólar deve seguir sendo determinante, especialmente enquanto os rendimentos dos Treasuries permanecerem próximos das mínimas anuais.
Mercado de Energia:
A queda do petróleo para níveis de cinco meses acende alerta para países exportadores e empresas de energia. Caso o barril perca o suporte em US$ 55,00, novas quedas poderão atingir US$ 53,50, com potencial impacto sobre as moedas ligadas ao petróleo, como o CAD.
Conclusão:
O mercado financeiro global segue em modo de correção e realocação, com investidores migrando para ativos de refúgio e moedas emergentes em busca de proteção e oportunidade. A expectativa de novos cortes de juros nos EUA continuará ditando o tom das próximas sessões, sustentando o viés de alta dos metais e a fraqueza do dólar.
Palavras-chave:Forex Trading, Federal Reserve, Jerome Powell, Rate Cuts, Gold Price, Silver Record, EUR/USD, USD/JPY, USD/INR, Oil Prices, Fed Policy, Commodities, Tensões Comerciais EUA-China, Dollar Weakness, RBI Intervention, Corte de Juros, Metais Preciosos, Mercado Forex, Ouro Acima de US$ 4.200, Rupia Indiana Forte, Petróleo em Queda.
