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Dólar Cai com Otimismo Global (10/11): Paralisação nos EUA Perto do Fim e Real se Valoriza
Resumo:Às 9h46, o dólar comercial recuava 0,43%, cotado a R$ 5,314 na venda, enquanto o dólar futuro para dezembro — o mais negociado na B3 — caía 0,35%, a R$ 5,337. Na sexta-feira anterior, a moeda americana havia fechado em R$ 5,3579, acumulando perda de 0,40%.

Publicado em 10/11/2025
A semana começa com ânimo renovado nos mercados globais e um cenário de otimismo no Brasil, à medida que o dólar inicia a segunda-feira (10/11/2025) em queda frente ao real, impulsionado pela perspectiva de encerramento da paralisação do governo norte-americano. A combinação de fatores externos e internos — da trégua política em Washington à expectativa pela ata do Copom e dados de inflação nacional — tem moldado o comportamento das moedas e dos ativos em toda a América Latina.
Às 9h46, o dólar comercial recuava 0,43%, cotado a R$ 5,314 na venda, enquanto o dólar futuro para dezembro — o mais negociado na B3 — caía 0,35%, a R$ 5,337. Na sexta-feira anterior, a moeda americana havia fechado em R$ 5,3579, acumulando perda de 0,40%.
Encerramento do Shutdown nos EUA Anima os Mercados
O fator que mais influencia o câmbio neste início de semana é a expectativa de término do “shutdown” nos Estados Unidos, que já dura 41 dias — a paralisação mais longa da história americana.
No domingo (9), o Senado dos EUA aprovou um projeto de lei bipartidário que estende o financiamento do governo até 30 de janeiro, com um pacote orçamentário que contempla três dotações principais para o próximo ano. O texto segue agora para a Câmara dos Deputados e, posteriormente, para sanção do presidente Donald Trump.
O avanço no Senado reduziu a aversão ao risco, impulsionou as bolsas europeias e asiáticas e pressionou o dólar frente a moedas emergentes, como o real brasileiro, o rand sul-africano e o peso mexicano. Essa melhora no humor global tem favorecido o ingresso de fluxos estrangeiros para mercados emergentes, especialmente em renda variável e câmbio.
Impactos no Brasil: Real Ganha Força em Meio ao Otimismo
No cenário doméstico, o real abriu a semana com desempenho positivo, refletindo tanto o alívio internacional quanto o avanço de agendas econômicas internas.
O Banco Central do Brasil divulgou o Boletim Focus, que manteve a projeção de R$ 5,41 para o dólar no fim de 2025 e R$ 5,50 para 2026, indicando estabilidade nas expectativas de longo prazo. Já a taxa Selic projetada segue em 15,00% ao final deste ano e 12,25% em 2026, o que demonstra que o mercado espera uma transição gradual de política monetária.
O otimismo também é reforçado pelo início oficial da COP30 em Belém (PA), evento que reúne líderes mundiais para discutir sustentabilidade e políticas ambientais, e pela coletiva do Banco Central sobre a regulamentação de ativos virtuais no Brasil, prevista para as 10h.
Cotação Atual e Indicadores-Chave do Dólar
- Dólar Comercial: compra a R$ 5,313 e venda a R$ 5,314
- Dólar Turismo: compra a R$ 5,427 e venda a R$ 5,607
- Fechamento Anterior (07/11): R$ 5,3331, variação de -0,3%
Os contratos futuros na B3 também sinalizam viés de baixa, refletindo a expectativa de encerramento do impasse político americano e de recuperação parcial da confiança global.
Cenário Internacional: Efeitos Cruzados Entre EUA e China
Nos Estados Unidos, a retomada das atividades governamentais tende a reativar a divulgação de indicadores econômicos suspensos, como o CPI (inflação ao consumidor) e os relatórios de emprego (Payroll).
Além disso, o acordo bipartidário inclui cláusulas sobre créditos fiscais do Obamacare e a reversão de demissões de servidores, pontos que aliviam a tensão entre republicanos e democratas e melhoram as perspectivas de curto prazo para a economia americana.
Enquanto isso, na China, os dados de outubro mostraram uma alta de 0,2% no índice de preços ao consumidor (CPI) em relação ao mesmo mês de 2024, revertendo a queda de 0,3% registrada em setembro. Essa surpresa positiva fortalece a narrativa de estabilização da economia chinesa, especialmente após Pequim suspender sanções a estaleiros sul-coreanos e flexibilizar exportações de minerais críticos, como gálio, germânio, antimônio e grafite — elementos essenciais para a indústria de chips e baterias.
Essa trégua comercial sino-americana ajuda a reduzir tensões geopolíticas, elevando o apetite por risco e contribuindo indiretamente para a valorização do real e de outras moedas emergentes.
Ibovespa e Bolsas Globais Reagem Positivamente
O Ibovespa segue em um dos ciclos de alta mais longos desde 1994, com 13 pregões consecutivos de valorização e 10 recordes diários seguidos.
O índice é sustentado pelo fluxo estrangeiro e pela expectativa de redução gradual dos juros em 2026, enquanto o EWZ — principal ETF brasileiro em Nova York — também registra ganhos.
No exterior, os principais índices europeus abriram em alta, acompanhando a melhora do humor global. O DAX alemão subia 0,9%, o CAC francês avançava 0,8%, e o FTSE britânico operava com leve ganho de 0,6%.
Na Ásia, o Nikkei 225 encerrou o pregão com alta de 1,1%, e o Hang Seng de Hong Kong subiu 0,9%, refletindo a trégua comercial entre EUA e China e o alívio com o possível fim do “shutdown”.
Inflação e Política Monetária no Radar
O mercado doméstico volta suas atenções à ata do Copom, que será divulgada nesta terça-feira (11). O documento trará detalhes sobre a decisão de manter a Selic em 15% pela terceira vez consecutiva, reforçando o tom conservador adotado pela autoridade monetária.
Investidores aguardam pistas sobre quando poderá começar o ciclo de cortes de juros, esperado entre janeiro e março de 2026.
Além disso, o IPCA de outubro será divulgado nesta semana, e o Índice de Preços ao Consumidor da FGV (IPC-S) já apresentou alta de 0,23% na primeira quadrissemana de novembro, acumulando 3,98% em 12 meses. O Boletim Focus indica que a inflação projetada para 2025 permanece em 4,55%, ligeiramente acima do teto da meta.
Atuação do Banco Central e Swaps Cambiais
Para conter oscilações excessivas, o Banco Central anunciou um leilão de 45.000 contratos de swap cambial para rolagem do vencimento de 1º de dezembro. A medida visa garantir liquidez ao mercado de câmbio e suavizar movimentos especulativos de curto prazo.
A autoridade monetária deve continuar intervindo de forma pontual, especialmente em momentos de forte entrada ou saída de capital estrangeiro. A postura do BC é de manter estabilidade sem comprometer reservas internacionais, que seguem acima de US$ 360 bilhões.
Cenário Fiscal e Política Doméstica
No campo político, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva reafirmou que sancionará o projeto que isenta do Imposto de Renda quem ganha até R$ 5 mil, medida que deve ser aprovada ainda nesta terça-feira (11). O projeto já passou pelo Senado e aguarda apenas a assinatura presidencial para entrar em vigor em 2026.
O anúncio gera impactos fiscais moderados, mas reforça o discurso de estímulo à renda e de ajuste gradual do sistema tributário, o que pode fortalecer a percepção de estabilidade econômica interna — um fator que, indiretamente, beneficia o real.
Paralelamente, o presidente da Câmara, Hugo Motta, pautou a votação do projeto de lei antifacção, medida que também movimenta o ambiente político em Brasília e mantém os holofotes sobre o governo federal.
Outros Ativos e Reflexos no Mercado
Além do câmbio, o dia também é marcado por movimentos relevantes em commodities e criptomoedas:
- Ouro (XAU/USD): mantém leve alta, cotado a US$ 4.210 por onça, refletindo a busca por proteção em meio à incerteza fiscal americana.
- Petróleo Brent: sobe 0,9%, cotado a US$ 80,20 por barril, com traders avaliando o impacto da retomada da produção nos EUA.
- Bitcoin (BTC/USD): valoriza 4,1%, a US$ 69.850, beneficiado pelo enfraquecimento do dólar e pela recuperação do apetite por risco.
Esses movimentos reforçam o cenário de diversificação dos investimentos e demonstram como o mercado de câmbio continua sensível a variáveis políticas e macroeconômicas internacionais.
Conclusão: Um Dia de Respiro para o Real, Mas com Cautela no Horizonte
O dólar opera em baixa, sustentado por um sentimento global de otimismo e pela expectativa de fim da crise política nos Estados Unidos. O real brasileiro, em contrapartida, mostra força momentânea, apoiado por fluxos estrangeiros e pela estabilidade dos indicadores locais.
No entanto, analistas alertam que essa valorização pode ser temporária, uma vez que os fundamentos ainda apontam para um cenário fiscal delicado e para uma taxa de juros elevada.
O foco do mercado, nas próximas horas, estará dividido entre a ata do Copom, que poderá sinalizar os próximos passos da política monetária, e a confirmação do acordo político em Washington, que deverá ditar o ritmo global de risco e liquidez.
Enquanto isso, a cotação do dólar a R$ 5,31 reflete um equilíbrio frágil entre o otimismo dos investidores e a prudência diante das incertezas.
Em suma, o dia 10 de novembro de 2025 marca um momento de trégua cambial, em que o real colhe os frutos de uma melhora internacional, mas ainda depende de solidez fiscal e previsibilidade econômica para sustentar ganhos mais consistentes.

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